quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Filha da Prefeita de Ipiaú é denunciada por esquema criminoso que teria desviado R$ 20 Milhões

Foto: Reprodução redes sociais

O Ministério Público da Bahia (MP), por meio do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), denunciou Flávia Mendonça, filha da prefeita de Ipiaú, Maria das Graças Mendonça (PP), por participação em um esquema criminoso que teria desviado R$ 20 milhões de recursos públicos por meio de fraudes em contratos e licitações municipais.

A denúncia, apresentada ao final de agosto, foi aceita pela Justiça no início deste mês pela Vara Criminal da Comarca de Ipiaú. Além de Flávia, outras 14 pessoas foram denunciadas por possível envolvimento no esquema. De acordo com o MP, Flávia, embora não ocupasse cargo oficial no município, atuava como intermediadora entre empresas e o setor de licitações da prefeitura.

Documentos incluídos na denúncia revelam e-mails de cotações para processos licitatórios enviados a um endereço eletrônico que seria de Flávia. Uma troca de mensagens no WhatsApp, atribuída a ela, mostra a cobrança de repasses financeiros oriundos de contratos municipais. Segundo a denúncia do Gaeco:
 
"apesar de não possuir cargo formal, Flávia atuava como se fosse a prefeita", demonstrando grande influência sobre o funcionamento das licitações.
A investigação também envolveu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que relatou uma movimentação financeira atípica na empresa Mendonça Patrimonial, administrada por Flávia. O relatório do COAF aponta para indícios de lavagem de dinheiro, com movimentações financeiras incompatíveis com o faturamento anual declarado pela empresa.

Em resposta às acusações, a Justiça determinou uma série de medidas cautelares, incluindo o bloqueio de bens de Flávia Mendonça e dos outros 14 envolvidos, além de proibir o acesso de Flávia a qualquer unidade da prefeitura de Ipiaú. Ela também está impedida de manter contato com outros agentes públicos e privados envolvidos no esquema, exceto aqueles com quem tem vínculo familiar.

A juíza Leandra Leal Lopes, responsável pela decisão, acolheu o pedido do MP-BA para que os investigados restituam o valor de R$ 20,8 milhões, o montante correspondente ao dano causado ao erário, a ser pago em danos materiais e morais. A prefeita Maria das Graças Mendonça se manifestou por meio de um vídeo nas redes sociais, defendendo sua gestão e alegando que as acusações contra sua filha são fruto de perseguição política.

Por ora, ela reafirmou sua confiança na Justiça e reiterou que as ações de sua administração são transparentes e em conformidade com a lei. O processo segue em fase de instrução e tramita em segredo de Justiça. * Com as informações do repórter Garcia Jr no (Grita Ubatã.com.br)

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