segunda-feira, 10 de abril de 2023

Centro e oposição criticam projeto de Dirceu para o PT ficar 12 anos no poder

 

Mesmo afastado da executiva nacional do PT e do Palácio do Planalto, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu expôs uma proposta continuísta de poder do partido. Dirceu reforçou o caráter hegemônico do PT e gerou reações na oposição e entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da disputa presidencial de 2022 ao dizer, em entrevista à RedeTV, que o petista deve concorrer à reeleição e o partido somar 12 anos no poder para concluir um projeto de desenvolvimento.

O ex-homem forte do PT e do governo também questionou a Operação Lava Jato e sua condenação por corrupção. Lula já é alvo de críticas de antigos adversários – que se juntaram a ele numa frente contra Jair Bolsonaro – por sua ofensiva contra a atuação do Banco Central e o tom de revanchismo em seus discursos.

A fala de Dirceu ampliou o afastamento com lideranças do centro e deu munição aos adversários da oposição. “O PT olha para o passado ou para o futuro distante em vez de olhar para o aqui e agora. Tem muita coisa para ser feita no presente”, disse o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, que apoiou Lula no segundo turno.

Presidente nacional do Cidadania, o ex-senador Roberto Freire foi na mesma linha. “Dentro da democracia qualquer cidadão pode sonhar com o que quiser, mas o autor dessa frase nunca foi muito adepto do processo democrático. O PT não tem a democracia como um valor universal, tanto que apoia ditaduras pelo mundo”, afirmou Freire.

‘Lulaquistão’
Alinhado ao bolsonarismo, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil, reagiu nas redes sociais à entrevista de Dirceu. “Não permitiremos a implantação do Lulaquistão!”, escreveu o parlamentar no Twitter.

Um dos mais ativos deputados do bloco de oposição no Congresso, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) também repercutiu a entrevista do ex-ministro. “Estão à vontade para falar sobre o projeto de poder infinito que têm”, afirmou o parlamentar ao Estadão. “Impunidade e conivência do Judiciário, somada à omissão do Legislativo, garantem ao PT a blindagem necessária para revelar em público o que sempre foi seu plano de dominação política.”

“Vamos aos fatos: Após 12 anos de poder, o PT deixou um País com 13 milhões de desempregados, inflação de dois dígitos, quase quebrou a Petrobras e o BNDES e teve sua presidente impedida por pedalada fiscal. A Lava Jato desvendou o maior esquema de corrupção da história e dezena de bilhões de reais foram devolvidos aos cofres públicos”, reforçou o cientista político Luiz Felipe D’Avila, ex-candidato à Presidência pelo Novo.(BSF)

GritaUbata.com.br

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